segunda-feira, 23 de agosto de 2010

É preciso lembrar como as pessoas são.
Ás vezes acreditamos que nem todo mundo é hipócrita.
Que nem tudo que cala consente.
Que - ás vezes - quem cala é só porque não tem mais forças ou coragem para gritar.

Descobri que as coisas voltam com facilidade. Por isso devemos ser sempre extremamente educados. Já ignorei uma porção de pessoas para ser ignorada por outras que jamais gostaria. Voltando com as mesmas palavras, o quão egocêntrico possa parecer isto, descobri que a facilidade da vida está em sacrificar-nos e fazer o que não gostaríamos. É uma puta sacanagem.

Naquele dia acordou faceira. Não haveria nada que a impusesse barreiras, não havia nenhuma palavra que a tirasse fora de sua órbita. O seu lugar era distinto. Seu sorriso de lado a lado comprimia a vulgaridade da vida. Banalizou todos os sentimentos. Pudera: já não havia mais lágrimas para chorar. Resolveu fazer tudo em vão, tudo oposto, sem cabimento algum. Só então faria sentido. Caiu no choro o vazio da alma. Não havia uma gota de uma nuvem, a tristeza encontrou no eco sua forma máxima de expressão. Desapareceu.

Transpareceu o momento. A solidão que amedontra as pessoas. Transbordara a felicidade e a vontade de guardar o que ela chama de 'pocket joy'. Num português travado, a alegria máxima de um instante. Ela precisava guardar tudo aquilo em um potinho. Lembrando a lembrança. Lembrava de tudo, todas as frases faces fases e gostos. Como é infinito o que acontece em um quadrado.

Como dissera Saramago:
Bendito seja quem te trouxe ao mundo enquanto eu ainda estava nele.
Enquanto ela ainda estava nele.

Valia a pena cada instante de saudades e dor.
Só, só por algum quadrado.

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