Viver é
insustentável, é díficil. Viver, no sentido pleno da palavra, nos convoca
muito, nos exige demais. Fácil mesmo é viver pouco, de mansinho. Pra mim,
felicidade contida sempre foi sinônimo de mediocridade. Agora, não me entendam
mal, não estou falando em não valorizar as pequenas coisas e o trivial da vida,
mas sim da questão da implicação com a vida. Em embarcar nela e ser senhor do
destino, que ele exista, mas que não te deixe comandar. Isso implica em se
colocar, e não se esconder, em tomar as próprias decisões, e arcar com elas, em
buscar novos ares, enfrentar tempestades e saber, na hora em que deve ser
feito, lançar âncora e buscar aquela terra firme que sabemos que nos sustenta
nos momentos difíceis. Viver é saber ser forte e fraco, e que isso não é uma
dualidade. É entender que somos como seres dúbios sendo um, como um amontoado
de coisas boas e ruins, belas e feias, claras e escuras, que somos anjos e
demônios. Viver, sem deixar que caiamos em um só lugar, uma só posição de
sujeito, um só polo é o que sustenta a vida plena e a deixa, dia após dia, a
batalha mais pesada.
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