sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Pretérito Imperfeito .



Tem coisas que eu achei que nunca fosse fazer.
Melhor.
Achei que nunca ia deixar de fazer.
Há uma infinidade de manias,
circuitos ininterruptos,
ciclos viciosos,
falta de diversidade,
hábitos e paranóias que eu sempre mantive sem a menor vontade de transcender.

Fato é que eu sempre achei certa graça nisso.
Tinha um prazer corrupto em ir pelo lado contrário das coisas.
Enquanto o volúvel porém sensato era o IM,eu seguia pelo ÃO.

Ou vice-versa.
E vice-versa.
Conforme atingia a cabeça.

Há um limite tênue entre o que você deve fazer e o que deve falar,e tudo que você não pode dentro disso.

Mas eu não.
Eu gostava de fazer o contrário.
O avesso era como um colchão confortável onde eu cairia aos pulos. De costas.
Mãos pro ar.
Soava de uma ternura tão grande, tão intensa.

Sempre fui uma caprichosa.
Sei bem aonde meus caprichos me levaram.
Algumas admirações e vários, vários repúdios.
Principalmente quando se trata de questões das bem particulares, aquelas que os famosos evitam falar, os mais ricos temem mas que Vinícius e Camões se enchia de letras.
Por uma pequena vez mudei.

Me ocorreu hoje a idéia de fazê-lo.
Fazê-los.
Com todos.
Todas as terceiras pessoas do verbo, seja no singular no plural, masculino ou feminino.
Parei de achar graça no que me fazia mal.
Cheguei a um ponto aonde reconheço:eu era uma bela de uma ranzinza.

Parei de achar graça em parecer irracional, descabeçada, pouco orgulhosa e insistente, para depois de ser escorraçada,encher-me de riso e aquele ar de malvadapensando:
- E nem imaginas a preça que lhes preguei.

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