Tem coisas que eu
achei que nunca fosse fazer.
Melhor.
Achei que nunca ia
deixar de fazer.
Há uma infinidade de
manias,
circuitos
ininterruptos,
ciclos viciosos,
falta de diversidade,
hábitos e paranóias
que eu sempre mantive sem a menor vontade de transcender.
Fato é que eu sempre
achei certa graça nisso.
Tinha um prazer
corrupto em ir pelo lado contrário das coisas.
Enquanto o volúvel
porém sensato era o IM,eu seguia pelo ÃO.
Ou vice-versa.
E vice-versa.
Conforme atingia a
cabeça.
Há um limite tênue
entre o que você deve fazer e o que deve falar,e tudo que você não pode dentro
disso.
Mas eu não.
Eu gostava de fazer o
contrário.
O avesso era como um
colchão confortável onde eu cairia aos pulos. De costas.
Mãos pro ar.
Soava de uma ternura
tão grande, tão intensa.
Sempre fui uma
caprichosa.
Sei bem aonde meus
caprichos me levaram.
Algumas admirações e
vários, vários repúdios.
Principalmente quando
se trata de questões das bem particulares, aquelas que os famosos evitam falar,
os mais ricos temem mas que Vinícius e Camões se enchia de letras.
Por uma pequena vez
mudei.
Me ocorreu hoje a
idéia de fazê-lo.
Fazê-los.
Com todos.
Todas as terceiras
pessoas do verbo, seja no singular no plural, masculino ou feminino.
Parei de achar graça
no que me fazia mal.
Cheguei a um ponto
aonde reconheço:eu era uma bela de uma ranzinza.
Parei de achar graça
em parecer irracional, descabeçada, pouco orgulhosa e insistente, para depois
de ser escorraçada,encher-me de riso e aquele ar de malvadapensando:
- E nem imaginas a
preça que lhes preguei.
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